Romeiros de três paróquias de Ponta Delgada repetem romagem preparatória para a Quaresma

Ranchos de São Roque, Fajã de Cima e Fajã de Baixo vão até à Relva

Os ranchos de romeiros de São Roque, Fajã de Cima e Fajã de Baixo, incluindo o rancho feminino da Fajã de Cima, realizam no próximo sábado uma romagem até à Relva, acompanhados dos respetivos párocos.

É uma iniciativa que se repete pelo segundo ano consecutivo e visa “preparar” de forma “física e espiritual” os Romeiros para as romarias quaresmais, disse ao Sítio Igreja Açores, um dos promotores da iniciativa, o pároco da Fajã de Baixo, Pe Paulo Borges.

“O ano passado a zona nascente da ouvidoria de Ponta Delgada organizou uma romagem semelhante,  correu muito bem e por isso quisemos repetir a experiência este ano. No essencial em vez de fazermos a preparação espiritual num salão vamos fazê-la no exterior” precisou o sacerdote.

Cada um dos ranchos sai da sua paróquia em separado, acompanhado do seu pároco (São Roque, Pe Hélder Cosme; Fajã de Cima, Pe Marco Gomes e Fajã de Baixo, Pe Paulo Borges) e faz a sua caminhada, por caminhos definidos pelos responsáveis dos ranchos, com duas paragens previstas até à Relva, onde se juntará  aos estantes.

A chegada a esta freguesia noroeste de Ponta Delgada está prevista para o meio dia, seguindo-se um pequeno lanche e depois, já na igreja, haverá uma celebração para os três ranchos.

A celebração começa com uma exposição do Santíssimo; o Cântico será feito pelos romeiros da Fajã de Cima; (F. Cima – Homens); a leitura pelo Rancho de São Roque, seguindo-se a benção dos símbolos dos Romeiros: o xaile, o bordão, o terço e o lenço. A celebração prosseguirá com momentos de adoração e oração espontânea e termina com um cântico final.

Esta romagem é “um momento de preparação” para as romarias quaresmais que se iniciam no próximo dia 21 de fevereiro. Dos três ranchos envolvidos São Roque sai na primeira semana; depois na segunda sairá o rancho da Fajã de Cima e na terceira semana da Quaresma sairá o rancho da Fajã de Baixo.

igrejaacores.pt

IX ROMARIA QUARESMAL NA ILHA TERCEIRA

O Rancho de Romeiros do Santuário de Nossa Senhora da Conceição, irá fazer a sua romaria quaresmal de 25 a 29 de Março do corrente ano. Para o efeito, as inscrições decorrem durante o mês de Janeiro.

Hoje dia 14 de Janeiro ocorre o primeiro encontro preparatório pelas 20h00 no Santuário.

Peçamos as maiores bênçãos de Deus para estes nossos irmãos na fé.

Romeiros aprovam propostas de alteração ao regulamento

A maioria das 40 propostas de alteração a 25 dos 52 artigos que integram o regulamento do Movimento dos Romeiros de São Miguel, da autoria de cinco ranchos de romeiros e grupos paroquiais, assistente espiritual e uma proposta em nome individual, mereceu a concordância dos Mestres e Contramestres presentes na reunião com o Grupo Coordenador, que se realizou este domingo.

“Demos um passo importante na aprovação das propostas de alteração do regulamento que naturalmente terão de ser aprovadas pelo Bispo de Angra” disse ao Sítio Igreja Açores Paulo Jorge Amaral, do Grupo Coordenador, sublinhando que “falta agora dar a consistência e a harmonia técnica”- quer do ponto de vista jurídico quer do ponto de vista canónico- para que o trabalho fique concluído e possa ser enviado ao prelado diocesano.

As propostas de alteração foram “muito variadas”, uma foram aprovadas outras não, porque “algumas eram redundantes e não houve necessidade de as introduzir”, sublinhou ainda o dirigente dos Romeiros que está a coordenar este trabalho de revisão do regulamento, que resulta de um pedido expresso de D. António de Sousa Braga.

Entre as alterações está a duração do mandato dos dirigentes que integram o Grupo Coordenador, o processo de escolha desses elementos e aspetos que se prendem com a organização das próprias romarias e as tarefas de cada um dos dirigentes do rancho.

Depois de aprovada a esmagadora maioria das propostas de alteração, o Grupo Coordenador, que se absteve de votar ou fazer qualquer proposta de alteração (votou apenas um representante de cada rancho), vai agora elaborar a proposta final que será apresentada por ouvidoria no inicio do verão, embora o texto final só deva ser submetido, de novos, aos responsáveis pelos ranchos no inicio do novo ano pastoral. Nessa altura, também ficará decidido se o Dia do Romeiro deixa de ser o terceiro domingo após a Páscoa e passa a comemorar-se entre setembro e outubro, conforme sugestão de alguns grupos.

“A nossa preocupação agora está centrada na preparação das romarias e por isso este assunto, que já deu passos significativos, irá  ser ponderado e amadurecido na redação final de forma a que seja um documento coerente”, disse ainda Paulo Borges Amaral.

Os Romeiros vão ter o seu primeiro retiro anual no próximo dia 25, na Escola Secundária da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel, um encontro que contará com a presença do Bispo de Angra e de vários oradores sobre a Alegria de ser Cristão e de ser Consagrado.

Participarão nos trabalhos Tomaz Dentinho, professor universitário e romeiro, na ilha Terceira, os padres Luís Leal (Lisboa) e Paulo Vieira (Dehoniano), e duas irmãs das congregações de São José de Cluny e Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus.

www.igrejaacores.pt

PEREGRINOS EM ROMA

No passado dia 3 de dezembro, o Movimento dos Romeiros de São Miguel esteve em Roma. Embora só tenham estado fisicamente dois elementos do grupo coordenador, a verdade é que quando o Papa Francisco se nos dirigiu, “aos peregrinos de língua portuguesa”, referindo especificamente os “membros das Romarias Quaresmais de São Miguel, uma ilha dos Açores”, não foram só os irmãos Ildeberto Garcia e João Carlos, a serem nomeados. Foram todos os irmãos romeiros que, durante todo o ano, rezam e procuram o rosto de Deus, com especial incidência no período da Quaresma. Foi a todos eles que o papa Francisco cumprimentou, agradecendo esta peregrinação e todas as outras que habitualmente os romeiros fazem.

Independentemente de termos feito uma ou 50 romarias, ouvir uma referência aos Romeiros de São Miguel pela voz do Papa, na Praça de São Pedro, no Vaticano, em alto e bom som para o mundo inteiro, é algo que jamais este movimento poderá esquecer. Como estão recordados, no último retiro que fizemos antes da Quaresma, na Escola Secundária da Ribeira Grande, o senhor Bispo lançou uma semente: o Papa Francisco exorta-nos permanentemente a sermos missionários, a sermos evangelizadores, a sairmos do Templo, indo ao encontro do outro e isto é o que os romeiros fazem. “Vou escrever uma carta ao Santo Padre a dar-lhe conta de que há cerca de 500 anos, em São Miguel, há já grupos de homens que saem à rua para rezar, em penitência”.

Se bem o pensou melhor o fez e a resposta não tardou.

Quando iniciamos as romarias quaresmais já tínhamos uma indicação do prelado para orarmos pelo Santo Padre, como aliás sempre fazemos, mas, desta vez, D. António pediu mais. Que nenhum rancho se esquecesse de rezar em intenção do Santo Padre, pedir por ele. Afinal, o mote do seu pontificado tinha ficado marcado pela necessidade de espalhar a Alegria do Evangelho, e isso é a essência do nosso movimento.

O Bispo de Angra queria que o Santo Padre soubesse que nos Açores muita gente já fazia isso.

Dois meses de volta, na caixa do correio, lá estava a missiva do Vaticano, a acusar a receção da carta enviada por D. António e o reconhecimento da importância destas romarias para sedimentar a fé entre os homens.

As romarias que levaram à estrada 56 ranchos, onde couberam 2452 romeiros, e as famílias de todos eles, os amigos e cada um que se nos dirigiu, não podiam ter respondido de forma mais positiva a este desafio proposto pelo Bispo de Angra, e não houve um só romeiro que durante os sete dias da semana não tivesse feito uma oração em intenção de Francisco.

Perante tanta generosidade e tanto entusiasmo, surgiu a ideia de enviar ao Papa um ramalhete espiritual, com um número aproximado de orações e, sobretudo, com um enquadramento do que é o movimento, do que são as romarias quaresmais, como se desenrolam no espaço e no tempo e quem participa nelas, sendo que o passo seguinte era entregar diretamente ao Santo Padre esta missiva. Parecia uma utopia, algo intangível, coisa para outros e não para os romeiros, homens de bolsos vazios, despojados de tudo, menos dessa sede de seguir Jesus.

Esta peregrinação parecia até mais difícil do que a nossa Romaria. Mas depois de devidamente amadurecida, ponderada e refletida, lá fomos. De um momento para o outro, como os primeiros cristãos quando deixaram de poder peregrinar à Terra Santa e começaram a peregrinar a Roma, cabeça da Cristandade.

Esta ida foi, pois, um regresso às origens.

A intercessão de Nossa Senhora foi decisiva para alcançar este objetivo. É verdade que contávamos com o empenho pessoal do Senhor Bispo e também na Cúria Romana, com Monsenhor Bettencourt, ele próprio romeiro, duas peças essenciais desta nossa peregrinação. Sem eles, não teríamos conseguido o que quer que fosse. Mas a nossa ida a Roma traz-nos outras responsabilidades que se traduzem no aprofundamento da comunhão entre este movimento e a Igreja Universal.

O que fizemos em intenção do Santo Padre é o que fazemos diariamente por todos: agradecer, louvar e rezar a Deus, procurando-nos n’Ele e obtendo d’Ele as respostas de que necessitamos.

Há um sonho do qual nunca podemos desistir: o sonho de que cada um de nós, na sua paróquia, na sua comunidade, na sua família, saiba ser verdadeiramente romeiro. Saiba caminhar pela estrada, sem nenhuma pressão exterior, que se entregue ao outro e se alimente da fé, não para enganar a fome, mas deixando que a alma se alimente e se revitalize: no silêncio e na palavra, no encontro e no dom, na escuta e na prece.

No fundo, o que esta peregrinação a Roma nos vem dizer é que devemos continuar a ser peregrinos, cada vez mais experimentados e mais reconciliados com o que é decisivo, um pouco na linha de Isaías (Is 65,1): “Eu fiz-me ouvir junto de quem não perguntou por mim, deixei-me achar por quem não me buscou”. Peguemos, por isso, naquela sugestão que Jesus faz aos discípulos, mais do que uma vez: “passemos para a outra margem” (Mc 4,35).

Vamos continuar a ser romeiros!