Romeiros de São Miguel encerram ano pastoral focados na “formação”

As reuniões mantidas com os principais responsáveis dos Ranchos de Romeiros da ilha de São Miguel “correram bem”, foram “produtivas” e “sobretudo revelam que a maioria dos Ranchos está fortemente empenhada num compromisso para além do tempo quaresmal”, disse ao Sítio Igreja Açores o responsável pelo Grupo Coordenador do Movimento de Romeiros de São Miguel.

João Carlos Leite e a sua equipa, terminaram ontem em Ponta Delgada as reuniões com os responsáveis dos Ranchos, ao nível de cada uma das oito ouvidorias da ilha de São Miguel. Dos 54 Ranchos 14 ou 15, não responderam à chamada, “o que nos deixa preocupados na medida em que isto revela que estes irmãos, maioritariamente de Ponta Delgada e da Lagoa,  ainda não estão totalmente comprometidos com uma dinâmica fora do contexto e do tempo das Romarias. No entanto, temos de fazer um balanço positivo das reuniões, até porque houve ouvidorias em que compareceram todos os irmãos”.

Isto significa que “se calhar temos de estar mais atentos ainda” disse o coordenador que já está de olhos postos no próximo ano pastoral.

“Nestes encontros ficaram elogios ao nosso retiro e à forma como se organizou a formação especifica para os procuradores das almas e pediram-nos que fizéssemos o mesmo em relação a mestres e contra mestres e nós queremos também apostar na formação dos responsáveis, ao nível de cada ouvidoria”, refere ainda João Carlos Leite.

Por isso, no próximo ano pastoral, o Grupo Coordenador quer apostar “ no programa da caminhada formativa já a partir de outubro”, para além do agendamento de uma reunião para debater aspetos específicos das romarias, seja ao nível da organização, da disciplina ou da postura dos vários romeiros dentro do grupo.

“Somos muitos e por vezes a conduta menos adequada de uns pode influenciar negativamente a convivência e o desempenho de outros por isso é sempre preciso limar arestas e os responsáveis que se reuniram connosco foram os primeiros a solicitá-lo”, adianta ainda João Carlos Leite.

Aliás, o próximo “Plano Pastoral” deve já apresentar de forma precisa a calendarização de todas estas atividades “ de forma a que todos saibamos o que temos programado” quer ao nível de ilha quer ao nível de ouvidoria e até do próprio rancho, uma iniciativa que deverá assentar em três pilares: a formação a partir do movimento; o convívio e a partilha dentro da ouvidoria e a atividade a desenvolver por cada rancho dentro da sua paróquia.

“Todos são unânimes em defender que tem de haver uma presença mais efetiva dos romeiros na formação catequética e cívica, sobretudo, dos jovens nas paróquias” adiantou, também o dirigente.

“Não queremos ir para além do que é razoável implementando ações de formação atrás umas das outras, algumas até sobrepondo-se mas queremos dar uma dinâmica que tenha sempre em conta a intervenção local, dentro da paróquia, ao nível da ouvidoria e também uma unidade enquanto movimento”, conclui João Carlos Leite.

Paralelamente as duas equipas já constituídas- da comunicação e da cultura- vão prosseguir o seu trabalho de recolha de som, de vídeo e de histórias e testemunhos para começar a construir um “acervo” histórico deste movimento. A próxima reunião agendada é já no dia 14, altura em que a equipa da cultura irá definir métodos e etapas do trabalho de recolha de elementos que contribuam para a historiografia do Movimento de Romeiros de São Miguel.

Igreja Açores

Romeiros iniciam reuniões de avaliação do ano pastoral

Pelo segundo ano consecutivo grupo coordenador reúne em São Miguel com os responsáveis dos ranchos por ouvidoria

Entre 30 de junho e 9 de julho, o Grupo Coordenador do Movimento Romeiros de São Miguel (MRSM) fará um périplo por todas as ouvidorias da ilha para avaliar o ano pastoral que agora termina e projetar o próximo.

De acordo com uma nota informativa do MRSM a que o Sítio Igreja Açores teve acesso, as reuniões começam já no próximo dia 30 na Lagoa, no Centro Missionário dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, (dehonianos), prosseguem na ouvidoria das Capelas a 1 de julho; depois na Povoação a 2 de julho; no Nordeste a 3 de julho (nestas duas ouvidorias as reuniões têm lugar na sede da junta de freguesia da vila da Povoação e na da Algarvia, respetivamente); em Vila Franca do Campo a 6 de julho, no Salão Paroquial da Matriz;  na Ribeira Grande a 7, também no Salão paroquial da Matriz; nos Fenais da Ajuda a 8 de julho, na Casa Paroquial da Lombinha da Maia e em Ponta Delgada a 9 de julho, no Centro Paroquial de Santa Clara.

As reuniões que terão lugar ás 20h30, têm por objetivo “avaliar este ano pastoral, apresentar propostas para o próximo e verificar nomeações e confirmações conforme o artº 7 do Regulamento do MRSM”, sublinha a nota.

O Movimento tem ainda entre mãos uma atualização do seu Regulamento interno que deverá ser enviado para aprovação do Bispo de Angra, até ao inicio do próximo ano pastoral por forma a vigorar já no próximo período quaresmal.

igrejaacores.pt

Romeiros de São Miguel não enjeitam candidatura à UNESCO mas querem elaborar proposta “abrangente e sustentada”

Coordenador do Movimento garante que a candidatura a Património Imaterial da Humanidade vem sendo pensada internamente há já algum tempo

Os próximos anos vão “ser decisivos para fundamentar e sustentar” uma eventual candidatura dos Romeiros de São Miguel a Património Imaterial da Humanidade, da Unesco e o trabalho já começou a ser desenvolvido internamente depois da constituição da equipa de cultura, disse esta terça feira ao Sítio Igreja Açores  o coordenador do Movimento de Romeiros de São Miguel (MRSM), João Carlos Leite.

Este fim de semana, o recém eleito líder do CDS PP, Artur Lima, no discurso de encerramento do congresso regional dos populares, no Pico, avançou com a noticia de que o partido está a preparar uma iniciativa legislativa que “recomende ao Governo a organização deste dossiê” por forma que possa existir uma “candidatura regional desta tradição religiosa e cultural” à UNESCO.

Em declarações ao Sítio Igreja Açores o líder dos populares diz que a iniciativa dará entrada no parlamento ainda durante esta sessão legislativa e que espera ter um encontro com a direção do movimento “para que a fundamentação da proposta seja o mais fiel possível ao espírito do movimento”.

“Queremos que a nossa proposta seja institucional e não há qualquer outra motivação que não o reconhecimento, que é devido, a esta tradição secular e histórica do povo açoriano, especialmente dos micaelenses”, sublinha Artur Lima dizendo que “a iniciativa legislativa está em bom ritmo”.

Para o Coordenador do MRSM “todas as iniciativas abrangentes são bem vindas pois como cristãos queremos abraçar todos e receber o contributo de todos” mas também “gostaríamos que respeitassem a nossa autonomia como movimento dentro da Igreja e fora do espaço político”.

João Carlos Leite adianta, ainda, que uma proposta desta natureza tem de ser “devidamente fundamentada numa investigação histórica, religiosa e social profunda e séria de forma a que uma possível candidatura seja bem sucedida”.

“Julgo que temos sete anos para fazer este trabalho, que é necessariamente moroso e detalhado, e não nos devemos precipitar por entusiasmos conjunturais”, disse ainda o dirigente.

As Romarias de São Miguel completam 500 anos em 2022 e essa “seria uma data muito interessante para podermos ter este reconhecimento”, precisa.

“O nosso movimento tem uma história, uma identidade e um carisma religioso que importa estudar e maturar da melhore maneira possível e é isso que estamos a fazer dando os primeiros passos através da ação dos elementos que integram a equipa da cultura”, adiantou ainda João Carlos Leite.

De resto, no passado dia 26 de maio, esta equipa reuniu-se já com um plano de atividades e entre mãos, apara além da recolha destes elementos históricos, tem também a tarefa de recolher património móvel dos Romeiros que possa pertencer a um futuro Museu do Romeiro.

“É algo que este grupo coordenador gostaria de criar para homenagear e consolidar esta tradição religiosa açoriana, particularmente de São Miguel”, disse João Carlos leite, lembrando que desde o inicio o Grupo Coordenador do MRSM procura um espaço para constituir a sede do Movimento.

“Todos gostamos de ter uma casa e, este espaço, pode contribuir para a convergência dos romeiros o que também é bom”, refere ainda o Coordenador.

Por isso, “todas as propostas que nos valorizem e contribuam para o aprofundamento do carisma e para a aproximação dos romeiros às suas comunidades são sempre bem vindas”, conclui.

O MRSM está a finalizar o seu novo regulamento para enviar ao Bispo de Angra para aprovação, o que deverá acontecer até à abertura do novo ano pastoral. Até lá, irão repetir-se as reuniões nas ouvidorias para fazer o balanço do ano pastoral que agora termina.

Um dos momentos altos foi o acolhimento do Movimento pelo Papa Francisco que recebeu dois elementos do Grupo Coordenador em Roma, no passado mês de dezembro.

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Romeiros de São Pedro estendem a mão à comunidade

Rancho cria Brigada Organizada de Atividades Sociais junto da população mais desfavorecida

A BOAS- Brigada Organizada de Atividades Sociais- é a mais recente iniciativa do Rancho de Romeiros de São Pedro, que de há cinco anos a esta parte tem vindo a desenvolver uma ação solidária junto da comunidade, quer na recolha de roupas quer de alimentos.

“Eles têm um sentido enorme de solidariedade e encontraram nestas ações uma forma de prolongarem o espirito da Romaria, envolvendo-se diretamente com a comunidade, sobretudo, com uma faixa da população mais desfavorecida” disse ao Sítio Igreja Açores o pároco, Pe João Maria Brum.

A BOAS foi constituída há um ano e para além da recolha semanal de alimentos e roupas usadas iniciou também uma ajuda escolar a crianças desfavorecidas que tenham dificuldades de aprendizagem através de um sistema de explicações dadas por voluntários, alguns romeiros e outros de fora do Rancho.

“O Rancho sempre participou em ações pontuais de solidariedade mas num momento de crise como o que atravessamos achámos que tínhamos de atuar mas de forma mais continuada e permanente” disse ao Sítio Igreja Açores Filipe Pacheco, um dos três elementos que integra a BOAS juntamente com Paulo Pacheco e Francisco Wallenstein.

“Dentro dos irmãos com mais formação e disponibilidade damos apoio ao estudo acompanhado de crianças. Tivemos lá uma por exemplo que quando chegou até nós tinha sete negativas. Há áreas que nós não dominamos e aí pedimos ajuda a amigos que o possam fazer e assim estamos ainda a envolver mais gente de forma solidária”, adianta ainda Filipe Pacheco.

As explicações e a recolha de roupa e alimentos realizam-se na sede dos Romeiros de São Pedro, no Alto da Mãe de Deus, em Ponta Delgada, sendo que as recolhas são feitas à terça feira, das 18h00 às 20h00, ou ainda na Quinta do Priôlo, diariamente e na sede dos escuteiros de São Pedro.

Nos períodos festivos, como o Natal, há uma intensificação da campanha de recolha de bens, que são distribuídos prioritariamente pelas pessoas da comunidade.

Outra das ações desenvolvidas por este grupo é a recolha de sangue.

O Rancho tem participado com o Hospital de Ponta Delgada na dádiva de sangue e já “contagiou” o Movimento que em Dezembro passado organizou uma dádiva envolvendo cerca de 60 irmãos romeiros. A próxima ação está prevista para o dia 9 de agosto, na sede dos Romeiros de São Pedro e volta a envolver o Movimento, para além deste Rancho.

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