Plano Pastoral dos Romeiros de São Miguel tem como prioridade a formação

Dirigentes discutiram e deram apoio ao documento do Grupo Coordenador, embora com algumas “dúvidas e preocupações”

O Plano Pastoral do Movimento de Romeiros de São Miguel(MRSM) mereceu de uma forma “generalizada” a concordância da maioria dos dirigentes de mais de meia centena de ranchos, que participou na primeira reunião anual este domingo, na Escola Secundária da Lagoa.

“No geral as pessoas ficaram entusiasmadas mas, como é natural, foram manifestadas algumas preocupações que resultam essencialmente da novidade e da ousadia do projeto formativo”, disse ao Sítio Igreja Açores o assistente espiritual do MRSM, Pe Nuno Maiato.

O Plano Pastoral aponta para uma aposta clara na formação, como aliás “resulta das preocupações que nos foram transmitidas nas reuniões que promovemos antes do verão com todos os responsáveis dos ranchos e clero, por ouvidoria”,  sublinhou o coordenador do MRSM, João carlos Leite.

Para desenvolver este plano, vão ser formadas equipas de ação pastoral nas áreas da comunicação, formação, pastoral e cultura, estando já definidos os objetivos e as tarefas a desenvolver.

O objetivo central deste plano de formação passa “pelo crescimento interior de cada um de nós” e pela “criação de um maior espirito de cooperação entre os agentes pastorais do movimento, pelo acompanhamento e  dinamização da pastoral do movimento nas Paróquias e Ouvidorias e pela promoção da comunhão com outras realidades eclesiais”, sublinhou ainda o dirigente.

Esta formação será desenvolvida ao nível de cada uma das ouvidorias e cabe a elas o agendamento das ações de formação que serão feitas de forma “descentralizada e com um máximo de 50 participantes em cada uma”.

“Pode não ser  a proposta ideal e perfeita, mas temos que arriscar”, sublinhou o Pe Nuno Maiato, remetendo todos os romeiros para a exortação apostólica do papa Francisco- A Alegria do evangelho- onde dá nota de que prefere uma “igreja acidentada” a uma igreja “fechada sobre si própria”.

“O nosso objetivo como movimento é crescermos e abrirmo-nos. Já conseguimos congregar mestres e contramestres; agora queremos ir mais longe e quando houver um pedido, nas ouvidorias lá estaremos a caminho”, conclui o sacerdote, lembrando que a formação é “para todos para que possamos ter mais competências quer a nível individual, quer a nível da fé, quer a nível da liderança de grupo, entre outros”.

Também o coordenador do MRSM lembra que tem de haver “ a expressão de vontade por parte de todos” para que esta formação arranque e prossiga “da melhor forma possível” adianta João Carlos Leite.

“Não estamos a falar de um projeto para um ano ou dois; é uma proposta para um mandato de seis anos e quem sabe se der frutos, prosseguir mais além”, conclui.

Além da formação, o MRSM vai avançar com uma alteração ao regulamento interno, que de acordo com o documento em vigor, deve ser revisto a cada dez anos.

“É um processo irreversível. Até meados de novembro receberemos propostas de alteração, analisá-las-emos e no dia 11 de janeiro teremos uma reunião plenária para aprovar o novo regulamento”, sustenta o dirigente, apesar de “uma ou outra voz contrária a esta revisão”.

Durante a reunião deste domingo foram ainda apresentados os novos instrumentos de comunicação do MRSM, nomeadamente a sua nova página na internet e também a colaboração no jornal a Crença, já a partir de novembro, com uma presença mensal neste jornal de Vila Franca do Campo.

O retiro anual dos romeiros realiza-se a 25 de janeiro.

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