Religiosas emocionam responsáveis pelas romarias de São Miguel

Duas irmãs de São José de Cluny e Clarissas testemunharam a alegria de serem religiosas consagradas

As religiosas Tânia Encarnação e Maria do Rosário, das Irmãs de  São José de Cluny e Clarissas, respetivamente, deram este domingo um testemunho vivo de “alegria” sobre o que é a vida religiosa consagrada, no retiro de Romeiros de São Miguel, que se realizou na Ribeira Grande.

Ambas falaram do “primeiro chamamento” , de como se sentiram “tocadas por Jesus” e da forma “amorosa como responderam a essa vocação”, embora qualquer uma tivesse admitido que essa não era a primeira escolha.

“Por causa da minha família e porque queria ganhar algum dinheiro pensava ser professora ou enfermeira” disse a Irmã Rosário, Clarissa nas Calhetas em Rabo de Peixe, que recusa a afirmação de que uma freira de clausura esteja encerrada entre quatro paredes.

“Sou muito livre, se calhar até mais livre que muitos, não saio é do convento e não tenho a felicidade que vocês romeiros têm de percorrer todos os sacrários da ilha de São Miguel, mas eu também gosto de adorar Jesus”, disse no seu pouco mais de metro e meio mas com um sorriso do tamanho do mundo. Aliás, sorri porque Jesus não gosta de gente “chorona”.

“O Senhor Bispo há de fazer o favor de dar licença que se construam imagens de Jesus alegre. Ele quer que nós rezemos e possamos agradecer mas não quer lágrimas, porque Jesus é amor e o amor é felicidade”, conclui a religiosa que há 37 anos vive num convento de clausura, para onde entrou aos 18 anos depois de um choro ininterrupto da mãe e da confusão do pai “que só coçava na cabeça”. E, nem mesmo, as tentativas de dissuasão do Dr. Sampaio, médico da Ribeira Grande que teve de passar um atestado de robustez física para a congregação,” me afastaram do meu caminho” que era “procurar em primeiro lugar o reino de Deus e o resto seria dado por acréscimo”.

Mais nova, mas igualmente determinada, Tânia da Encarnação, madeirense e sempre apoiada pela família, optou pela vida consagrada depois de várias “experiências de encontro e de entrega que trazia de casa”, mesmo quando “o meu irmão me disse: e agora também vais usar aquelas roupas? Se passar por ti na rua, atravessarei logo o passeio”.

“Deus dá as suas luzes gota a gota” e procura-nos “quando não estamos bem”; é , sobretudo, “nessa altura que ele nos bate à porta porque gosta de nós pequenos, simples e frágeis”.

Num testemunho muito vivo e sentido, a Irmã de São José de Cluny, responsável pelo berçário e pela creche do colégio de São Francisco Xavier, em Ponta Delgada, que completa no dia 17 de fevereiro um ano, deixou a  sua definição do que é ser religiosa consagrada: “è aceitar-me com todos os meus defeitos e limitações, crente de que Deus estará sempre pronto para me dar um abraço e eu estarei sempre disponível para O servir”, conclui a  religiosa que está há pouco mais de dois anos em Ponta Delgada.

As religiosas participaram no retiro de romeiros testemunhando a Alegria da vida religiosa consagrada, uma de ação e outra de contemplação.

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ENTREVISTA AO IRMÃO TOMAZ DENTINHO

Tomaz Dentinho é professor Universitário, no departamento de Ciências Agrárias na Universidade dos Açores.

Vive há 30 anos na ilha Terceira. É uma das vozes mais escutadas na análise económica da região. Católico comprometido em diferentes movimentos da igreja aceitou responder às questões do Sítio Igreja Açores, justamente no fim de semana em que se desloca a Ponta Delgada para falar aos Romeiros de São Miguel sobre a Alegria de Ser Cristão.

Na bagagem traz-lhes um desafio quase metafórico: “irem a pé de Lisboa à Europa, por Fátima, Santiago e pelos Caminhos de Santiago em sentido contrário, como se fosse uma cruzada da periferia para a Europa, ensinando-a a rezar e expandindo o que se faz nos Açores à Europa e todo o mundo”. Sobre o atual momento, lembra que já vai na terceira crise que espera que seja “a última a ser agravada pela demagogia política a que nós todos fomos sendo vulneráveis”. Sublinha que “a miséria desresponsabiliza as pessoas de viverem com dignidade e de procurarem melhorar em termos materiais e espirituais” e deixa uma mensagem clara à igreja que tem “que actualizar a Doutrina Social aos desafios da globalização e do século XXI” e ser sobretudo mais ágil na denúncia “de má gestão pública”.

Quanto aos ventos de mudança que sopram na igreja, impulsionados por Francisco –“uma esperança segura”- Tomaz Dentinho fala, ainda, do próximo sínodo e da importância que é os católicos “não criarem um estereótipo de família supostamente cristã excluindo as que provêm de outras culturas e que são também promotoras do amor entre as pessoas, a educação dos filhos e a estruturação da sociedade” . ler +

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RETIRO ESPIRITUAL 2015

No último domingo de Janeiro, dia 25, acontece o retiro anual do MRSM na Escola Secundária da Ribeira Grande cujo tema e agenda são os seguintes:

 TEMA:  A alegria de ser Cristão”

 AGENDA

  • 08:30h: Receção e inscrição dos participantes ao retiro
  • 09:00h: Oração da manhã
  • 09:15h: Boas vindas
  • 09:30h: Testemunho da entrega do Ramalhete Espiritual ao Papa Francisco
  • 09:45h: Informações gerais
  • 10:00h: Intervalo
  • 10:15h: 1º Tema – “A alegria na Sagrada Escritura” – Padre Luis Leal
  • 10:45h: 2º Tema – “A alegria de ser Cristão” – Dr. Tomas Dentinho
  • 11:15h: Intervalo
  • 11:30h: Plenário
  • 12:00h: 3º Tema – “A alegria de ser consagrado” – Irmãs Tânia e Irene
  • 12:30h: Almoço
  • 14:00h: Preparação da Eucaristia
  • 14:30h: Eucaristia – Pe. Paulo Vieira
  • 15:30h: Adoração do Santíssimo Sacramento – Irmãs Tânia e Irene
  • 17:00h: Encerramento do retiro com Bênção com o Santíssimo Sacramento.

 

 PDF (MRSM) Circular Retiro 2015

PDF (MRSM) Agenda Retiro 2015

PDF (MRSM) Ficha do Rancho 2015

 PDF (MRSM) Inscrição Retiro 2015

Romeiros de três paróquias de Ponta Delgada repetem romagem preparatória para a Quaresma

Ranchos de São Roque, Fajã de Cima e Fajã de Baixo vão até à Relva

Os ranchos de romeiros de São Roque, Fajã de Cima e Fajã de Baixo, incluindo o rancho feminino da Fajã de Cima, realizam no próximo sábado uma romagem até à Relva, acompanhados dos respetivos párocos.

É uma iniciativa que se repete pelo segundo ano consecutivo e visa “preparar” de forma “física e espiritual” os Romeiros para as romarias quaresmais, disse ao Sítio Igreja Açores, um dos promotores da iniciativa, o pároco da Fajã de Baixo, Pe Paulo Borges.

“O ano passado a zona nascente da ouvidoria de Ponta Delgada organizou uma romagem semelhante,  correu muito bem e por isso quisemos repetir a experiência este ano. No essencial em vez de fazermos a preparação espiritual num salão vamos fazê-la no exterior” precisou o sacerdote.

Cada um dos ranchos sai da sua paróquia em separado, acompanhado do seu pároco (São Roque, Pe Hélder Cosme; Fajã de Cima, Pe Marco Gomes e Fajã de Baixo, Pe Paulo Borges) e faz a sua caminhada, por caminhos definidos pelos responsáveis dos ranchos, com duas paragens previstas até à Relva, onde se juntará  aos estantes.

A chegada a esta freguesia noroeste de Ponta Delgada está prevista para o meio dia, seguindo-se um pequeno lanche e depois, já na igreja, haverá uma celebração para os três ranchos.

A celebração começa com uma exposição do Santíssimo; o Cântico será feito pelos romeiros da Fajã de Cima; (F. Cima – Homens); a leitura pelo Rancho de São Roque, seguindo-se a benção dos símbolos dos Romeiros: o xaile, o bordão, o terço e o lenço. A celebração prosseguirá com momentos de adoração e oração espontânea e termina com um cântico final.

Esta romagem é “um momento de preparação” para as romarias quaresmais que se iniciam no próximo dia 21 de fevereiro. Dos três ranchos envolvidos São Roque sai na primeira semana; depois na segunda sairá o rancho da Fajã de Cima e na terceira semana da Quaresma sairá o rancho da Fajã de Baixo.

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