“Símbolos Identitários dos Romeiros I – Bordões e Cevadeiras” na Povoação

Exposição Romeiros bordõesA Câmara Municipal da Povoação acolheu ontem, 27 de janeiro, a Exposição Itinerante “Símbolos Identitários dos Romeiros I – Bordões e Cevadeiras”, no Auditório Municipal da Vila, que estará exposta até ao dia 2 de fevereiro.

Na exposição esteve presente o mestre do rancho de romeiros da Vila da Povoação, José Daniel que fez referência ao seu percurso de vida enquanto romeiro. “É através das romarias que conseguimos partilhas e testemunhos muito bonitos por toda a nossa ilha”, afirma o mestre do rancho de romeiros da Vila Povoação. José Daniel acrescentou que a paróquia de Nossa Senhora Mãe de Deus é a que recebe mais irmãos para pernoitar no concelho e salienta que a tradição deve ser mantida e passada às gerações mais novas para que esta não se perca synthroid cost.

O presidente do grupo coordenador dos romeiros da ilha de São Miguel, João Carlos Barbosa, na Sessão de abertura da exposição, referiu que está empenhado em criar um espaço para os romeiros – A Casa do Romeiro. Estrutura esta para aproveitar e evoluir a romaria pela ilha de São Miguel, uma vez que quase todas as freguesias têm um rancho de romeiros. Cada rancho percorre durante uma semana os caminhos da ilha de São Miguel, parando na maioria das ermidas e igrejas. Estima-se que os romeiros parem em 100 lugares diferentes ao longo da semana de peregrinação.

O presidente da Câmara Municipal da Povoação, Pedro Melo, mostrou o seu agrado aos presentes por receber esta exposição no concelho. “Felicitamos os responsáveis por esta iniciativa de partilhar por todos os concelhos da ilha, estes aspetos da indumentária dos romeiros, reconhecendo a sua importância não só a nível religioso mas também social e culturalmente. A simbologia associada a estes objetos remetem-nos para a importância que as romarias têm vindo assumir, relativamente à identidade da fé, costumes e tradição de um povo”, afirmou Pedro Melo.

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Dia do Romeiro da Ouvidoria de Capelas

Diado Romeiro Ouvidoria CapelasNo passado dia 22 de janeiro realizou-se o dia do Romeiro da Ouvidoria de Capelas.

O encontro se sucedeu na Igreja da Nossa Senhora da Apresentação,onde se realizou um fantástico momento de meditação e introspecção perante o Santíssimo Sacramento.

Seguindo-se um momento de confraternização,onde ficou mais uma vez demostrado o momento de sintonia e amizade que os mesmos Ranchos vivem.Cada vez mais unidos,cada vez mais sólidos.

A organização deixa um obrigado especial aos Caros Párocos, Hélio e Horácio Dutra,pela sua luta e consequente bom trabalho realizado nas paróquias do Norte.

D.João Lavrador orientou retiro espiritual preparatório da Quaresma com uma catequese sobre a misericórdia

dom_joao_lavrador_Os Romeiros, “peregrinos do mundo”, através da  necessidade da sua experiência e vivência da misericórdia, com testemunhos e gestos, são “o sinal do que é verdadeiramente a grande caminhada da vida de toda a criatura”, disse este domingo o Bispo Coadjutor de Angra.

Falando para uma plateia de mais de 200 romeiros, no retiro anual preparatório da Quaresma, promovido pelo Movimento de Romeiros de São Miguel, na Escola Secundária da Ribeira Grande, D. João Lavrador elogiou a iniciativa e, em jeito de catequese, deixou uma reflexão sobre a importância desta caminhada penitencial, “purificadora” que os romeiros fazem durante o período da Quaresma e o sentido da vida humana.

“Nos caminhos da vida e da história deparamos com muitas coisas boas mas também somos assaltados por muitos factos e circunstâncias que nos sujam,  a necessitar de purificação e de renovação”, disse D. João Lavrador. O importante, refere, é ter a consciência de que “Não caminhamos sozinhos mas em conjunto com todos os homens, irmanados nos mesmos sonhos e participantes da mesma sorte”.

“A caminhada obriga-nos e incentiva-nos a darmos as mãos e a partilhar das razões da nossa esperança”, precisou lembrando que cada romeiro, na sua vida “faz uma experiência na beleza e na miséria que ela comporta, de mãos dadas aos irmãos no sonho da edificação de uma fraternidade que deve abranger a todos”.

Identificando os romeiros como “Peregrinos da misericórdia”, D. João Lavrador disse que “todos e cada um têm necessidade de fazer a experiência da misericórdia e de oferecer gestos de misericórdia” porque ela “é fonte de alegria, serenidade e paz”, sendo a “ condição da nossa salvação”, na medida em que “revela o mistério da Santíssima Trindade”, que é o verdadeiro amor.

O Bispo Coadjutor de Angra apresentou ainda o Romeiro como “um evangelizador” que leva a palavra e os gestos misericordiosos de Deus aos seus irmãos.

“Como o tema da nossa reflexão diz, somos romeiros da misericórdia nesta terra” e por isso devemos ser cautelosos.

Além da misericórdia, tema central da sua catequese, D. João Lavrador aproveitou o facto das outras três conferências de Duarte Toubarro, Francisco Wallenstein e Paula Silva serem sobre a Enciclica Laudato Si para estabelecer, ele próprio, uma reflexão sobre o tema, lembrando que nesta terra o homem tem um papel de “zelador da natureza” porque cada criatura “tem uma função e nenhuma é supérflua”.

“Somos romeiros, peregrinos e fazemos a experiência segundo a qual sempre é possível desenvolver uma nova capacidade de sair de si mesmo rumo ao outro”, afirmou ainda D. João Lavrador. Porque, “sem tal capacidade, não se reconhece às outras criaturas o seu valor, não se sente interesse em cuidar de algo para os outros, não se consegue impor limites para evitar o sofrimento ou a degradação do que nos rodeia”.

O Romeiro, “peregrino do mundo e com os olhos voltados para Deus vive do essencial”, defendeu o prelado sublinhando que “é da sua experiência que oferece o testemunho de que a sobriedade, vivida livre e conscientemente, é libertadora”, refere no texto.

Além de D. João Lavrador e dos restantes três conferencistas convidados, usou igualmente da palavra o responsável pelo Grupo Coordenador, João Carlos Leite que fez um apanhado das iniciativas protagonizadas pelo movimento no último ano, com destaque para a exposição itinerante, que está a percorre todos os concelhos da ilha de São Miguel e também para a Casa do Romeiro, cujas diligências estão praticamente terminadas, cabendo agora a uma Assembleia de Romeiros, “que irá ser convocada antes do verão”, a escolha do local da futura “sede” do movimento. Em cima da mesa estão quatro propostas- na Ribeira Grande, na Lagoa, em Vila Franca e em Ponta Delgada- mas “a decisão final corresponderá ao sentimento maioritário dos romeiros”, disse João Carlos Leite. Os primeiros ranchos sairão a 14 de fevereiro.

In: Igreja Açores