MRSM EM AUDIÊNCIA COM O PAPA

DELEGAÇÃO DOS ROMEIROS DE SÃO MIGUEL EM AUDIÊNCIA GERAL COM O PAPA FRANCISCO

(Roma, 03 de Dezembro de 2014)

Uma delegação dos Romeiros de S. Miguel vai participar na Audiência Geral do Santo Padre, no próximo dia 3 de Dezembro, para entregar o Ramalhete de Orações, que os Ranchos de Romeiros fizeram pelo Papa, durante a última Quaresma.

As Romarias Quaresmais são uma peregrinação de grande penitência e de muita oração. Cada Romeiro traz as suas intenções particulares e, ao longo da Romaria, as pessoas vão pedindo orações, através do “Procurador das Almas”. Cada ano, o Bispo entrega um esquema de oração universal pelas grandes intenções da Igreja, nunca faltando uma oração especial pelas intenções do Romano Pontífice.

Como estamos lembrados, o Papa Francisco, logo na inauguração do Seu Pontificado e, antes de dar a bênção, pediu que rezassem por Ele. E, continuamente, faz este pedido. Por isso, o Bispo diocesano tem recomendado aos Romeiros que rezem, cada vez mais, pelas intenções do Santo Padre. E é o que tem acontecido.

É isso que os Romeiros vão comunicar ao Papa, em Roma, entregando pessoalmente o Ramalhete de Orações pelas Suas intenções.

Esta peregrinação a Roma, é uma expressão significativa de comunhão eclesial com o Bispo de Roma, que preside na caridade a todas as Igrejas espalhadas pelo mundo.

É de assinalar que “Romaria” lembra “Roma”. É que, quando deixou de ser possível “peregrinar” à Terra Santa, os cristãos começaram a peregrinar a Roma, Cabeça da Cristandade. Por isso, uma tal peregrinação passou a chamar-se «romaria». A ida dos nossos Romeiros a Roma é, pois, um regresso às origens.

Ora bem, sabemos que nós somos como as árvores: vivemos das raízes. É, pois, um momento de graça, este regresso às origens.

Faço votos e peço ao Senhor que esta Romaria dos nossos Romeiros a Roma seja fonte de bênçãos para todos os Ranchos de Romeiros, suas famílias e comunidades e bem assim para toda a nossa Igreja.

+ António, Bispo de Angra

Angra, 26 de Novembro de 2014.

MRSM VAI ENTREGAR «RAMALHETE ESPIRITUAL» AO PAPA FRANCISCO

Audiência tem lugar no próximo dia 3 de dezembro, no Vaticano

Dois dirigentes do Grupo Coordenador do Movimento de Romeiros de São Miguel participam na próxima quarta feira, dia 3 de dezembro, na audiência semanal do Papa, na Praça de São Pedro, em Roma, estando prevista a entrega ”em mão” de um “ramalhete espiritual” ao Santo Padre bem como um terço e parte da indumentária dos Romeiros, segundo apurou o Sítio Igreja Açores.

O “ramalhete espiritual” contém o número de orações feitas em intenção do Papa Francisco pelos 2452 romeiros que saíram na última Quaresma, a quem o Bispo de Angra pediu especificamente para rezarem em intenção do papa.

“Todos os dias da Quaresma, a todas as horas do dia, havia pelo menos um grupo de romeiros que rezou “ pelo Papa Francisco, diz o Movimento,  lembrando que “é difícil dizer de uma forma precisa quantas avé marias e súplicas à virgem foram rezadas ou quantos terços foram cantados, quer durante a caminhada quer durante a Eucaristia diária”.

No “ramalhete espiritual” que vão entregar, os romeiros fazem uma descrição das romarias, integram-nas no contexto social, cultural e religioso da ilha de São Miguel e explicam este carisma penitencial da quaresma.

Para o Bispo de Angra, que cada ano, entrega aos romeiros um esquema de oração universal pelas grandes intenções da Igreja, nunca faltando uma oração especial pelas intenções do Romano Pontífice, esta “peregrinação a Roma, é uma expressão significativa de comunhão eclesial com o Bispo de Roma, que preside na caridade a todas as Igrejas espalhadas pelo mundo”.

Numa nota enviada ao Sitio Igreja Açores, D. António de Sousa Braga diz que  “Romaria lembra Roma” e, “quando deixou de ser possível peregrinar à Terra Santa, os cristãos começaram a peregrinar a Roma, Cabeça da Cristandade. Por isso, uma tal peregrinação passou a chamar-se romaria”.

“A ida dos nossos Romeiros a Roma é, pois, um regresso às origens”, sublinha o prelado diocesano, lembrando que “nós somos como as árvores: vivemos das raízes. É, pois, um momento de graça, este regresso às origens”.

Na nota a que o Sítio Igreja Açores teve acesso, o Bispo de Angra faz votos para que esta “Romaria dos nossos Romeiros a Roma seja fonte de bênçãos para todos os Ranchos de Romeiros, suas famílias e comunidades e bem assim para toda a Igreja”.

Para o coordenador do Movimento, João Carlos leite, que se deslocará a Roma com outro elemento da direção, Ildeberto Piques, trata-se de uma oportunidade para “dar ao Santo Padre aquilo que damos diariamente a quem nos procura durante as romarias: as nossas orações” .

“Ele não precisa disso mas este gesto do papa Francisco dá-nos um alento para insistirmos na ideia de que os romeiros não são apenas cristãos por uma semana; somos antes um povo aberto, ligado à igreja e sempre fieis ao evangelho”.

“Nós queremos ser cristãos responsáveis, autênticos e completos” sublinha João Carlos leite.

Já o Pe Nuno Maiato, assistente espiritual do Movimento, diz que foi com uma “enorme alegria” que recebeu esta noticia que “deverá ser vista como uma alavanca para que os romeiros tenham consciência do que de mais importante acontece .” Ainda assim, sublinha o sacerdote, “isso não é o mais importante”; o mais importante “de fato é Jesus” e a “oração que fazemos durante a Quaresma e durante todo o ano”.

“O Papa não precisa que rezemos por ele pois é ele que reza por nós. Tal como Jesus; nós éque precisamos de rezar para irmos ao seu encontro”, sublinha o sacerdote da Lagoa que entende que esta oração “apenas aumenta a comunhã com a Igreja”.

As Romarias quaresmais deste ano trouxeram às estradas de São miguel mais de 2452 homens provenientes de toda a ilha e também da diáspor,  num total de 56 ranchos.

Durante o ano pastoral 2014/2015, os Romeiros têm um ambicioso programa de “formação e aprofundamento espiritual”  que será desenvolvido a partir de um plano de atividades intenso que já mereceu no mês passado uma primeira formação sobre o papel dos “procuradores das almas”, os elementos do rancho que vão no fim da fila e estabelecem o contato com as comunidades por onde vão passando recolhendo as preces, suplicas e orações de ação de graça do publico em geral.

Carmo Rodeia

www.igrejaacores.pt

SACERDÓCIO EM ROMARIA

O Movimento dos Romeiros promoveu, no dia 16 de novembro, uma formação de «procuradores das almas» para «procuradores das almas».

Embora não fossem graduados em ciências teológicas, os palestrantes, leigos casados e pais, apresentaram, com o coração, a sua experiência de um modo reflexivo e profundo.

A tarefa essencial do «procurador» é intermediar a oração, fazer a ponte espiritual entre os romeiros e os fiéis que encontram no caminho, em última análise entre os que assistem à romaria e Deus, que os romeiros procuram servir de um modo especial.

Acima de qualquer promessa, hábito, tradição ou passeio, a romaria consiste num serviço sacerdotal, pois realiza a mediação entre Deus e a humanidade, à imagem dos antigos sacerdotes. Essa função atingiu o clímax na encarnação do Verbo (Jo 1:14): em Jesus de Nazaré, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, a ponte entre o Eterno e o tempo fica para sempre garantida. Jesus é o pontífice por excelência (Hb 3:1).

Esse ofício sacerdotal do romeiro exerce-se intensamente nessa semana de retiro quaresmal. Primeiro, ele reflete sobre a sua missão sacerdotal na família e no trabalho, como canal livre e inteligente da Sabedoria de Deus para cada situação. Depois, apresenta a Deus o mundo e o seu mundo, sedento de graça, carente do Espírito.

Tal como o padre, o sacerdote ministerial, nas comunidades cristãs, intervém por que cada cristão exerça, no dia a dia, o seu sacerdócio comum (Vaticano II, Lumen Gentium 10-11), também o procurador das almas incita os irmãos romeiros a realizar o seu papel de mediadores, assim na caminhada como, depois, na vida normal.

A romaria é uma escola verdadeiramente sacerdotal. Os romeiros sabem que, sem Deus, a humanidade sucumbe, a vida perde valor. Destarte, procuram tomar consciência da dignidade de reino de sacerdotes (Ex 19:6) a que todas e todos, humanos e criaturas, são chamados, como verdadeiras filhas e filhos de Deus.

Os Romeiros não são um movimento periférico. Mas, se tiverem de carregar esse título às costas, sentem-se uns privilegiados marginais nos caminhos de Emaús, aqueles onde Jesus ressuscitado se deu a conhecer no partir do pão (Lc 24).

Maria, a primeira grande procuradora das almas, ou seja, sacerdotisa, da Nova Aliança, leva ao colo cada romeiro na sua peregrinação pelas ruas de São Miguel, formando o seu coração para, à imagem do seu Filho, compreender e viver o seu sacerdócio ao longo de todo o ano (1 Pe 2:5.9).

Ricardo Tavares, In A Crença, 21.11.2014
donamaat@gmail.com – facebook.com/PadreRicardoTavares – Igreja Açores