GUIA DE ESPIRITUALIDADE 2014

«FEZ-SE POBRE, PARA NOS ENRIQUECER COM A SUA POBREZA»  (cf. 2 Cor 8, 9)

Caros Irmãos,

A romaria é uma vivência pessoal e comunitária de encontro com Deus e com os irmãos, para que possamos fortalecer-nos como homens e cristãos.

Neste sentido, é necessário termos um horizonte comum de espiritualidade, sem prejuízo das intenções de cada um, nem das que são confiadas ao rancho.

Assim sendo, este ano proponho a mensagem do Papa Francisco para a Quaresma, como pano de fundo para a vivência espiritual na Romaria. Para cada dia, um excerto da mensagem, da Palavra de Deus e algumas pistas de reflexão.

Este guia vale o que vale, isto é, para uns pode ser uma mais valia, para outros não, mas em ambos os casos procuremos enriquecer a nossa pobreza com a riqueza de Cristo, porque esta é a verdadeira razão de sermos romeiros.

«Que o Espirito Santo sustente estes nossos propósitos e reforce em nós a atenção e solicitude pela miséria humana, para nos tornarmos misericordiosos e agentes de misericórdia. Com estes votos, asseguro a minha oração para que cada crente e cada comunidade eclesial percorra frutuosamente o itinerário quaresmal, e peço-vos que rezeis por mim. Que o Senhor vos abençoe e Nossa Senhora vos guarde!» Papa Francisco MQ2014

 

A todos um abraço em Cristo.

Pe. Nuno Maiato

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BISPO DE ANGRA VAI PROMOVER ROMEIROS JUNTO DO PAPA

D. António de Sousa Braga vai escrever ao Papa Francisco para dar a conhecer a existência do Movimento de Romeiros de São Miguel e da sua religiosidade no contexto do testemunho da fé, apurou o Portal da Diocese, este domingo durante o retiro que o Movimento promoveu na Ribeira Grande, reunindo mestres, contramestres e responsáveis pelos Romeiros.

“Ainda não sei como o vou fazer mas a verdade é que o Papa Francisco precisa de ser informando que nos Açores há irmãos que através do testemunho vivo comunicam a sua fé e que durante o período da Romaria rezam a Deus por ele, por intersecção de Maria”, disse ao Portal da Diocese o Prelado Diocesano, lembrando que o Santo Padre na exortação apostólica A Alegria do Evangelho apela às romarias e a esta valorização da religiosidade popular.

O Movimento Romeiros de São Miguel fez este domingo o primeiro retiro do ano, na caminhada da preparação para a Quaresma e procurou debater e aprofundar a questão da comunicação e da evangelização.

Um dos oradores convidados foi o Pe Júlio Rocha, professor de Teologia Moral no Seminário Episcopal de Angra que dissertou sobre o tema “Jesus, o Eterno Comunicador” a partir de duas pinturas – O filho pródigo de Rembrandt e A criação de Adão,  de Miguel Ângelo e que constitui um dos frescos mais emblemáticos do teto da Capela Sistina, no Vaticano.

Em ambos os casos, a questão central é a do Amor de Deus, a proteção que esse amor oferece a quem a ele se entrega e a comunicação desse amor por Jesus, na vida dos homens,  através de sinais e de graças.

“Deus não entra por nenhum sentido e toda a história da humanidade é uma caminhada para chegar a Deus que se manifesta na vida por sinais” disse Júlio Rocha para quem “só o amor de Deus e o amor a Deus é digno de fé”.

Por isso, diz o professor de Teologia Moral e um dos intelectuais da Igreja no arquipélago, o “despojamento deste amor”, que “não tem paralelo em nenhum outro, mesmo quando todos os outros falham”  é o que nos ensinam estas romarias quaresmais feitas em São Miguel.

“O que guia um rancho de romeiros é apenas este amor incondicional de Deus e a Deus e a presença do  nosso irmão”, disse Júlio Rocha que convidou todos os cristãos a desenvolver este tipo de experiência de fé.

“Enquanto não percebermos esta simples dimensão vamos sempre dar mais atenção às velas do altar, à riqueza das casulas ou à pomposidade das cerimónias rituais”, concluiu.

Para Júlio Rocha, o testemunho dos romeiros é “uma das formas de comunicação” mais “exigentes e genuínas” entre as manifestações de fé e “todos deveríamos ter a possibilidade e a vontade de fazer uma romaria e realizar uma caminhada  de fé como esta”.

Depois do almoço, os participantes neste retiro fizeram a adoração do Santissimo e terminaram com uma Eucaristia.

Os cerca de 50 ranchos de romeiros voltam a sair à rua este ano durante a Quaresma, com a participação de dois ranchos provenientes do Canadá. O primeiro rancho sairá a 8 de Março e o dia do Romeiro (3º domingo de Páscoa), a 4 de maio, será celebrado na paróquia do Livramento, sendo o rancho local o anfitrião da festa.

diocesedeangra.pt
 

10 PENSAMENTOS

10 Pensamentos para os Irmãos Romeiros das nossas Paróquias 

1 – O ir e o participar na Romaria é um chamamento de Cristo que é Deus ao Romeiro que diz «sim» com fé e na fé; dispondo-se, a preparar-se, o melhor possível, para viver a romaria quaresmal, e, dela tirar todas as lições para a sua vida.

2 – A preparação deve ser consciente e permanente, participando o romeiro nas reuniões próprias, refletindo em temas cristãos, rezando individual e comunitariamente e preparando-se, o melhor possível, também pelo sacramento da penitência que deve celebrar com a confissão dos seus pecados, antes de iniciar a romaria.

3 – Com recta intenção, unido a Cristo e aos seus irmãos, deve participar em toda a romaria desde a saída até á chegada, fazendo dos oito dias, dias de oração, de reflexão, de penitência, de experiência, de fraternidade no grupo ou rancho, fazendo grandes propósitos de emenda para o futuro da sua vida.

4 – O romeiro deve fazer a Romaria com uma santa alegria, procurando e fazendo a maior união e unidade em todo o Rancho sobretudo com o Irmão – Mestre, a quem deve prestar obediência na fé.

5 – Sempre e por toda a parte nas Igrejas, salões, casas, ruas e atalhos o romeiro deve caminhar alegre, mas recolhido. Com quem falar e contatar deve transmitir um testemunho de fé, da experiência cristã que está a realizar e da vida cristã em geral.

6 – O Romeiro é Romeiro da comunidade cristã, e, portanto, dela faz parte como membro vivo da Igreja e a ela regressa após oito dias para ser um cristão cada vez mais activo na sua comunidade paroquial e no mundo durante todo o ano.

7 – O Romeiro após a sua Romaria deve participar todos os domingos na Eucaristia – missa dominical, e em especial na missa com os Romeiros, em cada mês; em encontros e reuniões de formação em ordem à sua fé ser professada = (esclarecida); fé celebrada (praticar e celebrar a sua fé) e a uma fé comprometida (com testemunho cristão no mundo), em especial na caridade para com os mais necessitados, sobretudo nesta hora de crise.

8 – O Romeiro ao longo do ano deve procurar aprofundar a sua fé e inserir-se na comunidade cristã: participando em reuniões de formação, em «cursos», no curso de cristandade, inserindo-se em grupos como por exemplo Grupo Coral, de Acólitos, de Leitores etc. etc.

9 – O Romeiro sempre e em toda a parte deve dar testemunho por palavras e obras que é cristão católico (pertence aos Romeiros) sobretudo deve dar exemplo na sua profissão ou emprego, na sua aposentação, na família, nos momentos de lazer ou de divertimento e no trabalho – compromisso pela valorização da paróquia e da sua freguesia.

10 – Em cada Ano Pastoral devem ser seguidas as orientações diocesanas de Pastoral da nossa Diocese concretizadas nas nossas paróquias , Ouvidoria e Movimento das Romarias Quaresmais

Relva – Covoada, Janeiro 2014

Padre José Constância