BISPO DE ANGRA VAI PROMOVER ROMEIROS JUNTO DO PAPA

D. António de Sousa Braga vai escrever ao Papa Francisco para dar a conhecer a existência do Movimento de Romeiros de São Miguel e da sua religiosidade no contexto do testemunho da fé, apurou o Portal da Diocese, este domingo durante o retiro que o Movimento promoveu na Ribeira Grande, reunindo mestres, contramestres e responsáveis pelos Romeiros.

“Ainda não sei como o vou fazer mas a verdade é que o Papa Francisco precisa de ser informando que nos Açores há irmãos que através do testemunho vivo comunicam a sua fé e que durante o período da Romaria rezam a Deus por ele, por intersecção de Maria”, disse ao Portal da Diocese o Prelado Diocesano, lembrando que o Santo Padre na exortação apostólica A Alegria do Evangelho apela às romarias e a esta valorização da religiosidade popular.

O Movimento Romeiros de São Miguel fez este domingo o primeiro retiro do ano, na caminhada da preparação para a Quaresma e procurou debater e aprofundar a questão da comunicação e da evangelização.

Um dos oradores convidados foi o Pe Júlio Rocha, professor de Teologia Moral no Seminário Episcopal de Angra que dissertou sobre o tema “Jesus, o Eterno Comunicador” a partir de duas pinturas – O filho pródigo de Rembrandt e A criação de Adão,  de Miguel Ângelo e que constitui um dos frescos mais emblemáticos do teto da Capela Sistina, no Vaticano.

Em ambos os casos, a questão central é a do Amor de Deus, a proteção que esse amor oferece a quem a ele se entrega e a comunicação desse amor por Jesus, na vida dos homens,  através de sinais e de graças.

“Deus não entra por nenhum sentido e toda a história da humanidade é uma caminhada para chegar a Deus que se manifesta na vida por sinais” disse Júlio Rocha para quem “só o amor de Deus e o amor a Deus é digno de fé”.

Por isso, diz o professor de Teologia Moral e um dos intelectuais da Igreja no arquipélago, o “despojamento deste amor”, que “não tem paralelo em nenhum outro, mesmo quando todos os outros falham”  é o que nos ensinam estas romarias quaresmais feitas em São Miguel.

“O que guia um rancho de romeiros é apenas este amor incondicional de Deus e a Deus e a presença do  nosso irmão”, disse Júlio Rocha que convidou todos os cristãos a desenvolver este tipo de experiência de fé.

“Enquanto não percebermos esta simples dimensão vamos sempre dar mais atenção às velas do altar, à riqueza das casulas ou à pomposidade das cerimónias rituais”, concluiu.

Para Júlio Rocha, o testemunho dos romeiros é “uma das formas de comunicação” mais “exigentes e genuínas” entre as manifestações de fé e “todos deveríamos ter a possibilidade e a vontade de fazer uma romaria e realizar uma caminhada  de fé como esta”.

Depois do almoço, os participantes neste retiro fizeram a adoração do Santissimo e terminaram com uma Eucaristia.

Os cerca de 50 ranchos de romeiros voltam a sair à rua este ano durante a Quaresma, com a participação de dois ranchos provenientes do Canadá. O primeiro rancho sairá a 8 de Março e o dia do Romeiro (3º domingo de Páscoa), a 4 de maio, será celebrado na paróquia do Livramento, sendo o rancho local o anfitrião da festa.

diocesedeangra.pt
 

BISPO QUER ROMEIROS AUTÊNTICOS E ACTIVOS

O Bispo de Angra pediu hoje aos romeiros de São Miguel que sejam “membros activos” das suas paróquias e “dêem um testemunho” da sua fé em todas as dimensões da vida comunitária.

Durante o primeiro encontro de responsáveis do Movimento de Romeiros de São Miguel, com a nova direção coordenadora, presidida por João Carlos Leite, que se realizou em Ponta Delgada este domingo, D. António de Sousa Braga diz esperar que as romarias quaresmais mantenham a sua “autenticidade e sejam genuínas” como momentos de oração e de aprofundamento espiritual.

Para o Prelado de Angra a prática do “romeiro autêntico” não se esgota, no entanto,  na duração da romaria e deve estar sempre presente ao longo de todo o ano, em todas as etapas da vida.

“A prática religiosa do romeiro autêntico impele-o a ser um membro ativo da sua comunidade paroquial e dar testemunho vivo da sua fé. Só assim será um evangelizador”, conclui.

Também o novo coordenador do Movimento de Romeiros de São Miguel, João Carlos Leite, lembra que os desafios “são muitos” sobretudo atendendo às “circunstâncias em que vivemos com tanta dispersão e angústia”.

“Onde existir um rancho de romeiros não deverão existir problemas sociais, sobretudo fome”, diz João Carlos Leite que apela à simplicidade da vida.

“Temos de aprender a viver na simplicidade e a oração deve ajudar-nos porque a nossa felicidade não está em ter muitas coisas mas sim na nossa fé”, diz João Carlos Leite.

Melhorar a organização e funcionamento da estrutura e aprofundar diariamente a vivência do romeiro, quer na vida quotidiana quer no relacionamento com outros movimentos dentro da  Igreja, são dois dos principais objetivos apresentados por este novo grupo coordenador de que fazem parte Ildeberto Piques Garcia, Nuno Miguel Rodrigues, Humberto Sousa e Paulo Amaral Borges, tendo como assistente espiritual o Pe Nuno Maiato.

Esta nova equipa estará em funções nos próximos cinco anos e coordenará o trabalho de 52 ranchos de romeiros na maior ilha do arquipélago.

diocesedeangra.pt