No Centenário das Aparições de Nossa Senhora em Fátima, a Igreja desafia-nos a olharmos de novo para Maria e com Ela reavivarmos a nossa fé e missão.
Assim sendo, todos os cristãos devem redescobrir «o papel da Virgem Santíssima no mistério do Cristo e da Igreja, e os deveres dos homens resgatados, para com a Mãe de Deus, Mãe de Cristo e Mãe dos homens.» (cf. LG 54)
Para que esta redescoberta seja fiel à doutrina da Igreja, proponho como fio condutor das meditações para a Romaria Quaresmal deste ano, o capítulo oitavo da constituição dogmática «Lumen Guentium» ou a «Luz dos Povos», do Concílio Vaticano II, intitulado: A Bem-Aventura Virgem Maria Mãe de Deus no mistério de Cristo e da Igreja.
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A MÃE VIRTUOSA DE CRISTO, NOSSO ÚNICO MEDIADOR
O nosso mediador é só um, segundo a palavra do Apóstolo: «não há senão um Deus e um mediador entre Deus e os homens, o homem Jesus Cristo, que Se entregou a Si mesmo para redenção de todos. Mas a função maternal de Maria em relação aos homens de modo algum ofusca ou diminui esta única mediação de Cristo; manifesta antes a sua eficácia. (cf. LG 60)
Na Santíssima Virgem, a Igreja alcançou já aquela perfeição sem mancha nem ruga que lhe é própria, os fiéis ainda têm de trabalhar por vencer o pecado e crescer na santidade; e por isso levantam os olhos para Maria, que brilha como modelo de virtudes sobre toda a família dos eleitos. (…) Por sua parte, a Igreja, procurando a glória de Cristo, torna-se mais semelhante àquela que é seu tipo e sublime figura, progredindo continuamente na fé, na esperança e na caridade, e buscando e fazendo em tudo a vontade divina. (cf. LG 65)
Meditação
– Reconheço Jesus como Deus e Homem?
– Jesus está presente nas minhas escolhas e decisões de cada dia?
– Com Maria, procuro vencer o pecado e crescer na santidade?
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A MÃE DO REDENTOR NO ANTIGO TESTAMENTO
Os livros do Antigo Testamento descrevem a história da salvação na qual se vai preparando lentamente a vinda de Cristo ao mundo. Esses antigos documentos vão pondo cada vez mais em evidência a figura duma mulher, a Mãe do Redentor. A esta luz, Maria encontra-se já profeticamente delineada na promessa da vitória sobre a serpente, feita aos primeiros pais caídos no pecado. Ela é, igualmente, a Virgem que conceberá e dará à luz um Filho, cujo nome será Emmanuel. É a primeira entre os humildes e pobres do Senhor, que confiadamente esperam e recebem a salvação de Deus. (cf. LG 55)
Meditação
– Deixo Jesus ser o autor da minha história de vida?
– Como combato o mal? Como promovo o bem?
– Como Maria, procuro ser pobre e humilde de Coração?
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MARIA NA ANUNCIAÇÃO
Maria, filha de Adão, dando o seu consentimento à palavra divina, tornou-se Mãe de Jesus e, não retida por qualquer pecado, abraçou de todo o coração o desígnio salvador de Deus, consagrou-se totalmente, como escrava do Senhor, à pessoa e à obra de seu Filho, subordinada a Ele e juntamente com Ele, servindo pela graça de Deus omnipotente o mistério da Redenção.
Maria não foi utilizada por Deus como instrumento meramente passivo, mas que cooperou livremente, pela sua fé e obediência, na salvação dos homens. (…) «O nó da desobediência de Eva foi desatado pela obediência de Maria; e aquilo que a virgem Eva atou, com a sua incredulidade, desatou-o a virgem Maria com a sua fé»; e, por comparação com Eva, chamam Maria a «mãe dos vivos» e afirmam muitas vezes: «a morte veio por Eva, a vida veio por Maria». (cf. LG 56)
Meditação
– Como reajo aos desígnios que Deus tem para mim? Ignoro ou aceito?
– Sou obediente a quem devo obediência?
– Como Maria, sinto-me livre?
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MARIA NA INFÂNCIA DE JESUS
A associação da mãe com o Filho na obra da salvação, manifesta-se desde a conceição virginal de Cristo até à Sua morte. Primeiro, quando Maria, tendo partido solicitamente para visitar Isabel, foi por ela chamada bem-aventurada, por causa da fé com que acreditara na salvação prometida, e o precursor exultou no seio de sua mãe; depois, no nascimento, quando a Mãe de Deus, cheia de alegria, apresentou aos pastores e aos magos o seu Filho primogénito, o qual não só não lesou a sua integridade, mas antes a consagrou. E quando O apresentou no templo ao Senhor, com a oferta dos pobres, ouviu Simeão profetizar que o Filho viria a ser sinal de contradição e que uma espada trespassaria o coração da mãe, a fim de se revelarem os pensamentos de muitos. Ao Menino Jesus, perdido e buscado com aflição, encontraram-n’O os pais no templo, ocupado nas coisas de Seu Pai; e não compreenderam o que lhes disse. Mas sua mãe conservava todas estas coisas no coração e nelas meditava. (cf. LG 57)
Meditação
– Qual a minha relação com Jesus Cristo?
– Vivo a alegria de ser amado por Deus, de ser cristão?
– Como Maria, levo esta alegria aos outros?
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MARIA NA VIDA PÚBLICA
Na vida pública de Jesus, Sua mãe aparece duma maneira bem marcada logo no princípio, quando, nas bodas de Caná, movida de compaixão, levou Jesus Messias a dar início aos Seus milagres. Durante a pregação de Seu Filho, acolheu as palavras com que Ele, pondo o reino acima de todas as relações de parentesco, proclamou bem-aventurados todos os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática; coisa que ela fazia fielmente. (cf. LG 58)
Meditação
– Testemunho a fé em Cristo em qualquer tempo e lugar? Porquê?
– Tenho compaixão dos que estão doentes, tristes ou vivem sozinhos?
– Como Maria, procuro acolher e viver a Palavra de Deus? Como?
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MARIA NA PAIXÃO DE CRISTO
A Virgem avançou pelo caminho da fé, mantendo fielmente a união com seu Filho até à cruz. Junto desta esteve, não sem desígnio de Deus, padecendo acerbamente com o seu Filho único, e associando-se com coração de mãe ao Seu sacrifício, consentindo com amor na imolação da vítima que d’Ela nascera; finalmente, Jesus Cristo, agonizante na cruz, deu-a por mãe ao discípulo, com estas palavras: mulher, eis aí o teu filho. (cf. LG 58)
Meditação
– Quem me ajuda a carregar a cruz?
– O que faço para aliviar o sofrimento do meu próximo?
– Como Maria, sou fiel a Deus, à minha família e amigos?
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MARIA DEPOIS DA ASCENSÃO
Antes do dia de Pentecostes, os Apóstolos «perseveravam unanimemente em oração, com as mulheres, Maria Mãe de Jesus e Seus irmãos», implorando Maria, com as suas orações, o dom daquele Espírito, que já sobre si descera na anunciação. Finalmente, a Virgem Imaculada, preservada imune de toda a mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrena, foi elevada ao céu em corpo e alma e exaltada por Deus como rainha, para assim se conformar mais plenamente com seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte. (cf. LG 59)
Meditação
– Que lugar tem a oração na minha vida?
– Que dons quero receber do Espirito Santo de Deus?
– Com Maria, vou elevar os meus pensamentos, palavras e ações a Deus?
CONCLUSÃO
A maternidade de Maria na economia da graça perdura sem interrupção (…) Cuida, com amor materno, dos irmãos de seu Filho que, entre perigos e angústias, caminham ainda na terra, até chegarem à pátria bem-aventurada. Por isso, a Virgem é invocada na Igreja com os títulos de advogada, auxiliadora, socorro, medianeira. Mas isto entende-se de maneira que nada tire nem acrescente à dignidade e eficácia do único mediador, que é Cristo. (cf.LG 62)
PDF: MRSM_Romaria 2017_Meditacoes_A5