«FEZ-SE POBRE, PARA NOS ENRIQUECER COM A SUA POBREZA» (cf. 2 Cor 8, 9)
Caros Irmãos,
A romaria é uma vivência pessoal e comunitária de encontro com Deus e com os irmãos, para que possamos fortalecer-nos como homens e cristãos.
Neste sentido, é necessário termos um horizonte comum de espiritualidade, sem prejuízo das intenções de cada um, nem das que são confiadas ao rancho.
Assim sendo, este ano proponho a mensagem do Papa Francisco para a Quaresma, como pano de fundo para a vivência espiritual na Romaria. Para cada dia, um excerto da mensagem, da Palavra de Deus e algumas pistas de reflexão.
Este guia vale o que vale, isto é, para uns pode ser uma mais valia, para outros não, mas em ambos os casos procuremos enriquecer a nossa pobreza com a riqueza de Cristo, porque esta é a verdadeira razão de sermos romeiros.
«Que o Espirito Santo sustente estes nossos propósitos e reforce em nós a atenção e solicitude pela miséria humana, para nos tornarmos misericordiosos e agentes de misericórdia. Com estes votos, asseguro a minha oração para que cada crente e cada comunidade eclesial percorra frutuosamente o itinerário quaresmal, e peço-vos que rezeis por mim. Que o Senhor vos abençoe e Nossa Senhora vos guarde!» Papa Francisco MQ2014
A todos um abraço em Cristo.
Pe. Nuno Maiato
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Reflexão apresentada pela jornalista Dra. Carmo Rodeia, no Retiro Espiritual de Responsáveis, no dia 26 de Janeiro de 2014, na Ribeira Grande.
D. António de Sousa Braga vai escrever ao Papa Francisco para dar a conhecer a existência do Movimento de Romeiros de São Miguel e da sua religiosidade no contexto do testemunho da fé, apurou o Portal da Diocese, este domingo durante o retiro que o Movimento promoveu na Ribeira Grande, reunindo mestres, contramestres e responsáveis pelos Romeiros.
“Ainda não sei como o vou fazer mas a verdade é que o Papa Francisco precisa de ser informando que nos Açores há irmãos que através do testemunho vivo comunicam a sua fé e que durante o período da Romaria rezam a Deus por ele, por intersecção de Maria”, disse ao Portal da Diocese o Prelado Diocesano, lembrando que o Santo Padre na exortação apostólica A Alegria do Evangelho apela às romarias e a esta valorização da religiosidade popular.
O Movimento Romeiros de São Miguel fez este domingo o primeiro retiro do ano, na caminhada da preparação para a Quaresma e procurou debater e aprofundar a questão da comunicação e da evangelização.
Um dos oradores convidados foi o Pe Júlio Rocha, professor de Teologia Moral no Seminário Episcopal de Angra que dissertou sobre o tema “Jesus, o Eterno Comunicador” a partir de duas pinturas – O filho pródigo de Rembrandt e A criação de Adão, de Miguel Ângelo e que constitui um dos frescos mais emblemáticos do teto da Capela Sistina, no Vaticano.
Em ambos os casos, a questão central é a do Amor de Deus, a proteção que esse amor oferece a quem a ele se entrega e a comunicação desse amor por Jesus, na vida dos homens, através de sinais e de graças.
“Deus não entra por nenhum sentido e toda a história da humanidade é uma caminhada para chegar a Deus que se manifesta na vida por sinais” disse Júlio Rocha para quem “só o amor de Deus e o amor a Deus é digno de fé”.
Por isso, diz o professor de Teologia Moral e um dos intelectuais da Igreja no arquipélago, o “despojamento deste amor”, que “não tem paralelo em nenhum outro, mesmo quando todos os outros falham” é o que nos ensinam estas romarias quaresmais feitas em São Miguel.
“O que guia um rancho de romeiros é apenas este amor incondicional de Deus e a Deus e a presença do nosso irmão”, disse Júlio Rocha que convidou todos os cristãos a desenvolver este tipo de experiência de fé.
“Enquanto não percebermos esta simples dimensão vamos sempre dar mais atenção às velas do altar, à riqueza das casulas ou à pomposidade das cerimónias rituais”, concluiu.
Para Júlio Rocha, o testemunho dos romeiros é “uma das formas de comunicação” mais “exigentes e genuínas” entre as manifestações de fé e “todos deveríamos ter a possibilidade e a vontade de fazer uma romaria e realizar uma caminhada de fé como esta”.
Depois do almoço, os participantes neste retiro fizeram a adoração do Santissimo e terminaram com uma Eucaristia.
Os cerca de 50 ranchos de romeiros voltam a sair à rua este ano durante a Quaresma, com a participação de dois ranchos provenientes do Canadá. O primeiro rancho sairá a 8 de Março e o dia do Romeiro (3º domingo de Páscoa), a 4 de maio, será celebrado na paróquia do Livramento, sendo o rancho local o anfitrião da festa.