Um despacho assinado pelo Presidente do Governo dos Açores determina que ficam dispensados de serviço, sem prejuízo de quaisquer direitos e regalias, os trabalhadores da Administração Pública Regional que queiram participar nas Romarias que se realizam em São Miguel, Terceira e Graciosa no período da Quaresma, desde que fique assegurado o normal funcionamento dos serviços públicos.
As romarias quaresmais de São Miguel, que já se realizam também nas ilhas Terceira e Graciosa, este ano saem para a estrada a partir do dia 17 de fevereiro e regressam a casa a 28 de março.
Ao todo serão 52 ranchos, dois deles provenientes da diáspora, que de manhã à noite percorrerão as estradas de São Miguel, sempre junto ao mar, parando em todas as igrejas e capelas da ilha.
As tradicionais romarias de São Miguel assumem “uma dimensão comunitária” e “tocam” centenas de pessoas que se unem em várias freguesias da maior ilha açoriana para disponibilizar meios para a pernoita e a alimentação dos romeiros.
Estes romeiros percorrem quilómetros e quilómetros a pé durante uma semana, trajando um xaile, lenço, saco para alimentos, bordão e terço, entoando cânticos e rezando.
As romarias quaresmais de São Miguel, segundo a tradição, tiveram origem na sequência de terramotos e erupções vulcânicas ocorridas no século XVI na ilha, que arrasaram Vila Franca do Campo e causaram grande destruição na Ribeira Grande.
Os ranchos são organizados e devem cumprir um percurso, sempre com mar pela esquerda, passando pelo maior número possível de igrejas e ermidas de S. Miguel.